Modelos Teóricos da Terapia Ocupacional: Canadense e Ecológico



A Terapia Ocupacional no ano de 2017 comemora 100 anos de existência. E durante sua história, ocorreram evoluções que nos permite entender como se deu o desenvolvimento dos conceitos que se deu junto às práticas da profissão.

No início da história desta profissão, era uma classe subordinada à medicina, o que trouxe consequências positivas, pois a mesma herdou conceitos e habilidades médicas. Entretanto, acarretou também consequência negativa, visto que a Terapia Ocupacional não possuía autonomia e sua cientificidade passou a ser criticada.

Dentro da profissão surgiram alguns modelos teóricos, será destacado dois deles:


Modelo de Prática da Terapia Ocupacional Centrado no Cliente:

 Após sofrer pressões vindas tanto dos governantes quanto da sociedade, vinculadas à urgência de serem realizadas práticas que atendessem às necessidades dos clientes e comprovassem sua importância nos sistemas de saúde, principalmente daqueles que precisavam de financiamento governo, a partir de 1979 em decorrência do trabalho de alguns profissionais do âmbito da terapia ocupacional canadense, que criaram diretrizes auxiliando no diálogo entre teórico-prática, surgiu o modelo da  “Terapia Ocupacional Centrado no Cliente”

Os “Guias da Prática Centrada no Cliente” é dividido em 3 volumes, tendo o primeiro volume uma perspectiva mais holística levando em consideração todo contexto em que a pessoa se insere, isto é: social, cultural, econômico e físico; enquanto o segundo volume traz o enfoque na prevenção da incapacidade e promoção do desempenho ocupacional.

Há 7 estágios a serem seguidos no processo terapêutico, são eles: 
1) encontro entre terapeuta e cliente, processo conjunto de definição de necessidades e objetivos: conversa de terapeuta-cliente onde os dois juntos determinam quais áreas terão enfoque maior; 
2) escolha da abordagem e instrumento: estágio que o terapeuta ocupacional (TO) opta por qual modelo de intervenção seguirá; 
3) planejamento consensual: a partir do 1° estágio, onde são identificados quais necessidades serão atendidas, o profissional e o cliente analisam quais tópicos, incluindo as condições ambientais, irão cooperar para resolvê-las; 
4) identificação de aspectos que podem contribuir e fazer parte do processo; 
5) estabelecimento de um contrato das partes envolvidas: nesse estágio também são definidos os planos de ação e acordados os “resultados alvos”; 
6) colocação o plano em ação: o esperado é que o cliente seja cada fez mais autônomo durante todo o processo e que se houver necessidade aja flexibilidade quanto aos métodos escolhidos; 
7) avaliação do processo: nesse ponto, nem sempre os resultados são alcançados em sua totalidade, entretanto é importante que a parceria entre terapeuta-cliente seja mantida para os dois apontarem novas questões a serem trabalhadas.

O modelo canadense centrado no cliente, concede autonomia ao cliente o tornando protagonista durante todo processo e o terapeuta ocupacional é visto como um facilitador, a parceria entre ambos é de extrema importância para obtenção do êxito.


Modelos Ecológicos em Terapia Ocupacional:

São 3 os tipos de modelo ecológicos, Modelo Ecológico do Desempenho Humano (EHP); Modelo pessoa, Ambiente e Ocupação (PEO); Modelo Pessoa, Ambiente e Desempenho Ocupacional (PEOP), eles tiveram origem na teoria das ciências sociais e possuem enfoque no ambiente. Mas, há uma diferença entre atividade, tarefa e ocupação, em cada modelo.

PEO: Atividade: é a unidade básica da tarefa;

          Tarefa: atividade propositada;

          Ocupação: tarefa autodirecionada de que uma pessoa participa durante a vida.

EHP: Atividade e tarefa não são diferenciadas.

         Tarefa: representação objetiva de todas as atividades possíveis disponíveis no universo;

         Ocupação: pessoas e fatores se unem para dar significado as tarefas.

PEOP: Tarefa: Comunicação das ações com uma finalidade comum;

            Ocupação: buscas significativas direcionadas para meta que se estendem  ao longo do tempo.

No EHP foram incluídos termos ao tratamento, são eles: Estabelecer, adaptar, modificar, prevenir e criar.

As relações entre pessoa-ambiente-ocupação são únicas, o ambiente é um fator importante para um desempenho ocupacional satisfatório, e a prática da Terapia Ocupacional envolvendo a promoção da autodeterminação e a inclusão de pessoas com necessidades especiais em todos os ambientes, são algumas premissas dos Modelos Ecológicos.

Diante do que foi dito, é possível perceber que os Modelos Ecológicos foram desenvolvidos para junto das considerações sobre pessoa e ocupação fossem realizadas avaliações e tratamentos com o foco no ambiente.

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